segunda-feira, novembro 03, 2008

Como uma boa pessoa que sou, isso não poderia passar "batido".
Sabe aquele diálogo do filme WAKING LIFE?
Em que uma menina e um rapaz estão andando por aí e sem querer eles se topam.

- Desculpe. (ela diz)
- Desculpe. (ele diz)
- Podemos comecar de novo? Sei que não nos conhecemos... mas eu não quero ser uma formiga. Passamos pela vida esbarrando uns nos outros... sempre no piloto automático, como formigas... não sendo solicitados a fazer nada de verdadeiramente humano.

Pare. Siga. Ande aqui. Dirija ali.

Ações voltadas apenas à sobrevivência. Toda comunicação servindo para manter ativa a colônia de formigas... de um modo eficiente e civilizado.

"O seu troco."
"Papel ou plástico?"
"Crédito ou débito?"
"Aceita ketchup?"

Não quero um canudo. Quero momentos humanos verdadeiros.
Quero ver você. Quero que você me veja.
Não quero abrir mão disso. Não quero ser uma formiga, entende?

- Sim, não... Eu também não quero ser uma formiga.
Obrigado pela sacudida. Tenho andado feito um zumbi... no piloto automático. Não me sinto como uma formiga, mas pareço uma.

...

D.H. Lawrence teve a idéia de duas pessoas se encontrarem... e, ao invés de apenas passarem... aceitarem "o confronto entre suas almas". É como libertar os deuses corajosos e inconseqüentes que nos habitam.

Pois é.
Somos todos, formigas!
Puras formigas que não se importam com o próximo.
Putas formigas daquelas que te mordem e te fazem sangrar o tempo todo. Malditas formigas que ficam velhas e se confessam não ter vivido. Formigas filhas das putas vocês são.
Grandes formigas, formigas de merda!

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2 Comments:

Blogger Ela said...

Nem todos são formigas! ;) Meu objetivo é ser algo maior! =D

segunda-feira, novembro 03, 2008 10:56:00 PM  
Blogger Rodrigo Marinho said...

O que acontece com muita freqüência é que as pessoas perderam o censo de unidade; a comunhão com o outro é quase sempre torturante ou interesseira. Consideramos-nos seres muito importantes onde minimizamos todos que nos cercam; o Ego predomina nas relações, quando na verdade era para ser o oposto. Conhecer o divino em si, e assim o libertar,como já estava escrito em Delfos:”conhece-te a ti mesmo”.
Jogamos nos nossos semelhantes todas as nossas frustrações, sempre a culpa de nossos males é exterior e o oposto é recíproco, contudo de forma negativa... O outro sempre é melhor, mais feliz, mais inteligente...
Como já dizia Sartre: "O Inferno são os outros".
Porém devemos fazer o oposto; aproximar-nos das pessoas e encontrar nelas o paraíso,Pois somos todos um.

segunda-feira, novembro 03, 2008 11:20:00 PM  

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