quinta-feira, novembro 26, 2009

Solitude

Às vezes as coisas só fazem sentido quando se está só.

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sábado, novembro 07, 2009

Dúvida ?

O ser humano não inventou nem criou a dúvida, ele é a própria dúvida. Como somos sere humanos, nós nascemos com a dúvida, convivemos com ela durante toda a nossa vida e morremos com ela. Cotidianamente somos bombardeados por dúvidas, com dúvidas e pelas dúvidas. Aprendemos a duvidar de tudo e de todos. Não quero falar sobre religião ou qualquer outro tipo de limitação existente, logo, vamos seguir um caminho racional.
Se existe algo em algum lugar, obviamente, é por que também existe correspondência, ou seja, equivalência e não igualdade. Em outras palavras, o branco só é branco por que o preto é preto. Em linhas mais simples, um só existe por causa do outro. Você só vê o escuro (e ele só existe) por que existe o claro.

A dúvida, assim como as opções de escolha, está na nossa vida durante todo o tempo, o tempo todo. Nada está parado, tudo se move, tudo vibra. Condenados à liberdade ou não, a cada estímulo da vida (e das coisas que estão dentro dela), temos que fazer escolhas, tomar decisões. Talvez isso se chame destino. Como toda causa tem o seu efeito, e todo efeito a sua causa, “nada acontece por acaso, pois não existe o acaso, já que acaso é simplesmente um termo dado a um fenômeno/manifestação e do qual não conhecemos e a origem.

Sendo assim, somos totalmente responsáveis por tudo aquilo que vivemos, por tudo o que sentimos, por tudo o que cativamos, pelas nossas decisões, pelos nossos atos. O poder que temos em mãos para decidir, mudar e fazer acontecer, sejam coisas boas ou ruins. Essa dualidade está instalada desde sempre, o bom e o mau, o bem e o mal, o feio e o bonito, o alto e o baixo, o branco e o preto, o côncavo e o convexo, dentre outros.

O poder dos opostos, assim como a definição de positivo e negativo, de pior e melhor são apenas convenções. O igual e o desigual são a mesma coisa, são apenas extremos do mesmo ser. Para exemplificar isto, podemos falar sobre o claro e o escuro, ambas são manifestações da luz. Assim como o quente e o frio, manifestações do estado de energia térmica. “Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados", visto que tudo tem dois pólos, dois lados, tudo tem o seu oposto. As duas partes diferentes porém complementares se completam pela necessidade de união. Essa união chama-se equilíbrio.

Os opostos se movem de forma cíclica, porque “tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação”. O ritmo da ascenção e da queda, do grande e do pequeno, do claro e do escuro. Duas forças ou manifestações que vibram numa mesma frequencia formam a harmonia. Harmonia e equilíbrio em conjunto formam o caminho do meio.

O caminho do meio não nos leva entre os opostos, mas através deles, não para longe dos extremos, mas para dentro deles, e é uma das formas de se chegar à sabedoria e à incondicional felicidade (ou o fim de todo o sofrimento). Nele evita-se os extremos.

Alguns dizem que através da compreensão certa (entender as coisas como elas realmente são), da decisão certa (determinação), da fala certa (linguagem, discurso, palavra, verdade), da conduta certa (ações), do modo de vida certo, do empenho certo (esforço, aplicação), de pensamentos bons, da sabedoria correta (consciência) e da atenção correta (meditação, contemplação, absorção, concentração), chegamos à realização máxima (a felicidade). Eu apenas sugiro tentar livrar-se ou pelo menos deixar de lado, em “segundo plano”, os nossos apegos, os nossos medos... e as nossas dúvidas (as que são fruto e parte da incompreensão ou erro).

A dúvida como estado de consciência e consequentemente poder de escolha é o primeiro passo para a transformação. Mudança é estabilidade, e para mudar, precisamos escolher algo (abrindo mão de outro algo, é claro). A dúvida é causa e efeito do profundo questionamento cotidiano que todos nós temos e fazemos. A dúvida incita o erro, o erro incitao aprendizado, o aprendizado incita a evolução. Logo, quando duvidamos, vimos algo a mais, por estarmos além daquilo que nos é refletido e mostrado.

A dúvida é o caminho para a transcendência.

*Citações retiradas de "O Caibalion".

Agradecimentos ao amigo e mestre Rodrigo Marinho, pelo apoio, influência e Amor.

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